Ainda muito pouca gente notou, mas o YouTube, e outros sites de difusão de vídeo estão progressivamente a desviar audiência à televisão e, no curto prazo, o fenómeno parece ter tendência apenas a aumentar.
Ver o que se quer, quando se quer onde se quer, esse é o encanto dos canais YouTube. Em muitos casos escolher o que se quer ver, e ver apenas isso, é o verdadeiro encanto. Noutros casos, escapar à programação disparatada, incoerente, inconsequente, desinteressante, e ir directamente apenas ao que realmente interessa é o cerne da questão.
E quando falamos de YouTube, não podemos esquecer outros serviços semelhantes que têm tanta ou mais importância que o YouTube (Vimeo, Metacafe, iFilm, Bebo), num ou noutro meio. São muitos os serviços e muitos os nichos em que adquirem importância e relevância.
Segundo um relatório da BBC, 43% dos público que usa o YouTube diz que vê menos televisão desde que se habituou ao YouTube e sites similares, enquanto 20% desses dizem que reduziram drásticamente o tempo de televisão. Apenas 3% vê mais teevisão do que via há um ano atrás, enquanto apenas 54% mantêm o mesmo nivel de visinamento de TV.
Muitas estações de televisão (pelo menos no UK) afirmam que terão todos os seus conteúdos online até ao final do ano. Provavelmente farão isso nos seus próprios sites, como se vai fazendo hoje em Portugal. Provavelmente passarão ao lado de poderem usar a força do YouTube, e continuarão com isso a perder audiências.
O que todo este fenómeno trás de novo é que as televisões, tal como dizia o responsável da RTP, ainda estão a precisar de perceber que perderam toda a importância como operadores de canal físico de difusão, e se reduzem (ou se constituem) como produtores de conteúdos, independentemente do canal técnico de difusão. E quem entender isso mais cedo, terá possibilidade de sobreviver, partindo para novos modelos de negócio; quem o não fizer vai ficar a operar redes de difusão sem audiência e sem qualquer utilidade.