ATENÇÃO: Este é um tema delicado. Se você se sente desagradável com o assunto morte. Por favor, não leia.
No dia 25 de Junho, as lojas de CDS da Amazon, Barnes&Nobles, HMV e também iTunes registaram uma fenómeno na lista dos “mais vendidos”. Michael Jackson entrara, de uma hora pra outra para a lista dos mais vendidos. CDS esgotaram em questão de minutos em todas as lojas, inclusive do clássico dos Jackson 5. Michael Jackson que nunca havia marcado presença no TOP 100 do iTunes, em menos de um dia alcançou o Nº1 e o Nº2.
Semana retrasada, os discos de Michael Jackson ocupavam 13 posições das 15 entre os mais vendidos da Amazon. Uma semana antes, no Reino Unido, o TOP 40 não registrava nenhum disco de MJ, assim como em todos os outros meses de 2009 até então. Na semana seguinte, o TOP 10 trouxe “Thriller” e “Number Ones”. Na semana posterior (15 dias após sua morte) , 5 dos 10 discos mais vendidos de toda Inglaterra, Escócia e País de Gales eram de Michael Jackson. Como explicar essa explosão de vendas? Se não fosse pelo 25 de junho, eu chamaria isso de milagre. Mas o fato é que sua morte foi a única responsável.
“Nós vimos algo similar quando Luciano Pavarotti e Frank Sinatra faleceram”, disse Mary Davis, porta-voz da Borders (uma espécie de Saraiva norte-americana) à Associated Press. “As pessoas parecem ficar chocadas com a notícia e querem sair pra redescobrir suas músicas”, completa Mary.
A morte imortaliza indivíduos (e marcas, quem não se lembra do Vitinho?) que possuem uma legião grande de fãs e simpatizantes. Todo mundo quer ver o último trabalho, o último sorriso, os últimos momentos de uma pessoa que admirava. Como se fosse pra dar o nosso último adeus. Qual a sensação de ir ao último show de um artista que gostamos?, ouvir a última música composta? assistir a última cena filmada? Talvez, não tenhamos dado atenção durante anos, mas o último é especial, o último é o que ficará na memória. Talvez, comprar discos após a morte do artista seja o jeito com que o ser humano demonstre compaixão, presta a última homenagem. O último é o mais importante de todos porque é o fim, evoca um alto nível de envolvimento emocional muito difícil de conseguir. Assim como a própria natureza da morte, ela influencia mesmo o comportamento do consumidor…